Johanna Tacet
Nova Iorque, anos 30. A cidade faz-se oficina do mundo.
Edifícios que se esticam para o céu e as artes em expansão para o infinito.
Entre a elite de compositores revolucionários, está a alemã Johanna Beyer. O primeiro punho a escrever música electrónica, Beyer lida e trabalha com os maiores pensadores do seu tempo. Uma compositora radical que imagina música a solo, de câmara e sinfónica, metade realidade, metade sonho.
Nunca ouviste falar dela? Não admira. Quase ninguém ouviu. Na verdade, pouco mais se sabe sobre Johanna Beyer. Morre pobre e solitária em 1944 e o seu trabalho cai no esquecimento imediatamente após a sua morte.
Em jargão musical, o termo latim tacet utiliza-se quando um instrumento não toca durante um período significativo de tempo. No caso de Johanna Beyer, a sua voz tem sido um tacet total. O seu pensamento pioneiro antecipou em muitos anos algumas das experiências mais ambiciosas da música, e nem assim persistiu na memória de ninguém. Johanna Beyer sempre era, afinal de contas, uma mulher à frente dos homens do seu tempo.
Neste evento o Drumming GP irá dar ao mundo a estreia da última e mais ambiciosa obra de Johanna Beyer: Horizons. Esta partitura acorda de um tacet de 78 anos e toma a ribalta no LuxFrágil. Obras de Beyer serão tocadas lado a lado com obras do gigante do modernismo John Cage, num ensaio para a cartografia de ligações e influências entre os dois génios.
Em Fevereiro, termina o tacet de Johanna Beyer.